Desnecessário dizer que 2019 não foi um bom ano. Afundamos no delírio mais completo, é isso que me digo a cada dia, ainda incrédula. Incrédula em dezembro, sim. Não é um pesadelo, mas parece. É atroz. É pavoroso. É medonho. Tenho tentado entender (escutas, leituras, conversas) como chegamos aqui. O que deu errado. Como fomos capazes de optar pelo monstruoso. Como vamos suportar mais três anos de monstruosidade.
Uma alegria possível no meio de tanta descrença, tanta dor: traduzir O Ano do Macaco para o português. Em certo sentido, Patti Smith tem muito a dizer aos brasileiros que também precisam enfrentar a melancolia e a desesperança. A imaginação como dispositivo de uso ao mesmo tempo pessoal e coletivo — é nisso que tenho pensado.
Mas não cheguei a nenhuma conclusão. Chocada demais, talvez. Processando de forma lenta, muito lenta, quase entorpecida, tudo isso.
Deixo aqui alguns links:
Falo do processo de tradução de O Ano do Macaco na revista tpm/trip. Caetano Galindo, tradutor de Devoção, e Emilio Fraia, editor de ambos os livros, falam também. Matéria de Alana Della Nina.
Participei de um podcast da Companhia das Letras. Conversei com Alexandre Matias, Max Santos e Diana Passy sobre Patti Smith. Para quem nunca ouviu a minha voz, aí está.
Falei de literatura lésbica no Nexo Jornal. Matéria de Juliana Domingos de Lima.
Não vou fazer uma lista pessoal, mas contribuí com a lista de melhores livros de 2019 da Quatro Cinco Um.
Também contribuí com a lista de melhores livros despercebidos de 2019 da revista Época.
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- Ainda sobre a Patti Smith, adorei a resenha da Fabiane Secches na Ilustrada.
- Paula Carvalho fala de Devoção e O Ano do Macaco na Quatro Cinco Um.
- E esta resenha do Alexandre Kovacs também.
- Na Ilustríssima, a excelente Maria Esther Maciel aborda a adoção, na literatura, do ponto de vista animal para discutir a ética humana.
- Na mesma linha, Daniel Galera escreve sobre Crueldade em uma newsletter.
- Mais um texto do Daniel Galera, agora para a serrote, que me parece importante.
- Rubens Figueiredo fala da experiência como professor da rede pública na Ilustríssima. Não é literatura, mas de certa forma tangencia o poder da leitura.
- Antonio Prata sobre Elizabeth Bishop na Folha.
- Outro Antonio, o Marcos Pereira, fala de Bolaño na Quatro Cinco Um.
- Michel Laub sobre o novo livro de Joca Terron no Valor.
- Na New Yorker, Janet Malcolm fala da biografia de Susan Sontag escrita por Benjamin Moser.
- Malina no The Guardian, por Nicci Gerrard.
- Malina na New Yorker, por Rachel Kushner.
- Fleur Jaeggy + Thomas Bernhard. Por Sophie Madeline Dess na LA Review of Books.
- Zadie Smith em defesa da ficção na The New York Review of Books.
- Entrevista de Carlos Lozada para o portal Electric Literature.
- Apenas 17,7% das cidades brasileiras têm livrarias, aponta estudo do IBGE.
- Em sete anos, cai 15% o número de empresas que trabalham com cultura.
- How Susan Sontag Taught Me to Think, por A.O. Scott no NY Times.
Olá, Camila!
Excelentes links!
Obrigada.
Obrigada pelo comentário, Graça! 🙂
Ótimos links. Valeu por estas e pelas demais indicações feitas ao longo de 2019 através do seu trabalho. É sempre bom seguir o que você sugere!
Feliz 2020! <3
Muito obrigada por estar presente, Gabriel!
Um ótimo 2020 para você. 🙂