0. Chapéus. Minha avó detestava chapéus. Não só não usava chapéus como não podia ver outras pessoas usando chapéus. Vendo, queria manifestar a indignação. Não poupava ninguém. Começava com um “Olha lá…” e, pelo tom de voz, mesmo sem ter espiado na direção que ela indicava com o queixo, eu sabia que a frase terminaria com um “…aquele chapeuzinho”. As palavras não mudavam… Continue reading
Posts in "Boas leituras"
Sobre os dois últimos romances de Michel Houellebecq
Um jogo filosófico sobre percepção (Ou: Quem tem medo de Siri Hustvedt?)
Faniquitos ululantes
Wunderkammern!
1. Nunca considerei Karl Ove Knausgård um gênio. No entanto, sob a forma de uma obsessão inquietante para a qual eu não tinha explicação ou defesa, seus livros monopolizaram minha atenção durante vários dias. Essa ausência de explicação racional fácil e objetiva (como Knausgård faz isso? o que ele tem de especial?) sugeria que era melhor desistir de qualquer classificação. Não consegui.